Março 28 2008

História de amor

Não sei por que amo tanto.
Perderia tempo se tentasse explicar,
Ficaria confuso e te deixaria também.
Se encontrasse uma explicação racional,
O amor perderia o sentido.
Amor só entende quem sente
Ou quem já sentiu.
Quem ama intensamente
não se preocupa em explicar,
Passa o tempo todo amando.

Sentimento não precisa ser explicado.
No máximo, a gente diz como é,
Qual o tamanho e a cara que tem,
Qual o tempo que a gente quer que ele dure.
Invariavelmente este tempo é a eternidade.
O tempo vai passando,
Dando cara nova às pessoas,
Aos acontecimentos e sentimentos.

O tempo faz a gente notar que
histórias de amor tomam formas novas,
Deixam de ser inéditas.
Tornam-se públicas.
Viram versos, viram lágrimas.
Apertam corações confidentes.

Histórias de amor não são tristes,
Não são alegres.
São histórias, somente.
Não é porque uma lágrima
Seja representação maior de uma história
Que ela tem de ser triste.
Lágrima rola no rosto de todo mundo.
A vida é feita de histórias tristes
E histórias alegres também.

Tem histórias que a gente
não consegue classificar,
Que não encontra palavra
Ou sentimento para representar.
Não é preciso classificar as histórias,
Organizar por tema,
Intensidade e duração.
Histórias perdem a graça
Quando rigidamente classificadas,
Ficam parecendo catálogos,
Fichários, receitas de bolo.

Imagine uma história de amor contada
Como se fosse receita de bolo.
Que graça teria?
Ingredientes, modo de preparo,
porção para duas pessoas.
E os personagens que não se misturam,
Que são como água e óleo?
Como juntar ingredientes tão díspares?

Misturar água e óleo,
Receita mais absurda.
Francamente... 

Tarcísio Zacarias dos Santos
Carolzita
Publicado no Recanto das Letras em 18/02/2007
Código do texto: T385493
publicado por simplesmentedetalhes às 22:57

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